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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Obra em refinaria de São José é citada na Operação Lava Jato


Vista da Refinaria Henrique Lage, instalada em S. José. Foto: Divulgação
Vista da Refinaria Henrique Lage, instalada em S. José. Foto: Divulgação
Executivo da empreiteira Toyo Setal afirmou em delação premiada que obra na Revap gerou R$ 6 milhões em propinas
Folhapress/Da redação
Obras na Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos, foram citadas pelo executivo da Toyo Setal Julio Camargo na delação premiada feita por ele ao Ministério Público em outubro, em que listou nove contratos da Petrobras em que teria havido desvio de recursos públicos.
Segundo Júlio Camargo, as propinas ao ex-diretor da área de Serviços da Petrrobras Renato Duque e ao ex-gerente executivo da petroleira Pedro Barusco eram pagas, “em sua maioria”, em contas no exterior.
No caso da obra da Petrobras em São José dos Campos, que foi construída pelo consórcio formado pelas empresas Toyo Setal, Camargo Corrêa, OAS e SOG, o executivo relatou que “repassou em propina para a diretoria de engenharia e Serviços o valor de R$ 6 milhões, sendo pago a maioria no exterior e parte em reais no Brasil”.
Ele detalhou ainda que “no exterior, realizou depósitos de suas contas no Credit Suisse para contas indicadas por Renato Duque e Pedro Barusco”.
Além da Revap, Julio Camargo citou obras nas refinarias Repar (Paraná) e Replan (Paulínia- SP), no complexo petroquímico Comperj (Rio de Janeiro) e nos gasodutos Cabiúnas e Gasoduto Urucu Manaus como sendo as que teriam gerado propinas para Duque e Barusco.

Modernização. Nos últimos anos, a principal obra na Revap foi a de modernização da refinaria, que começou em 2006 com um investimento de cerca de R$ 6,7 bilhões.
Durante os serviços, foram gerados cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos.
A modernização da refinaria teve como um dos principais objetivos o aumento da produção de derivados de petróleo. Também teve como meta reduzir a poluição atmosférica por emissões de gases.
A assessoria da Revap foi procurada ontem pela reportagem do jornal O VALE depois das 18h para comentar o assunto, mas não se pronunciou.

Propina. Na delação premiada, o executivo Julio Camargo afirmou ainda que um dos pagamentos da propina para Duque e Barusco teria sido feito na conta de uma offshore chamada Drenos.
Segundo ele, a conta “era mantida no Banco Cramer, na Suíça” e “controlada pelo próprio Renato Duque”.
Já no caso de Pedro Barusco, segundo a Procuradoria no Estado do Paraná, o ex-diretor da Petrobras “teve mais de US$ 20 milhões apreendidos administrativamente na Suíça neste ano pelas autoridades daquele país”.
Julio Camargo e outro executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, firmaram acordo de delação premiada em outubro para obter uma pena menor.
Os depoimentos --em parte transcritos na representação apresentada pelo Ministério Público à Justiça Federal do Paraná para as prisões da sétima fase da Operação Lava Jato descrevem que em nove obras da Petrobras houve desvio de recursos públicos.

Pagamento. Segundo os executivos, a empresa pagou em propina mais de R$ 30 milhões para Duque e Barusco em relação aos nove contratos em que teriam sido desviados verbas.
Segundo Mendonça Neto em sua delação premiada, os valores eram divididos conforme o prazo da obra e pagos em parcelas iguais, bimestrais.
Ontem, a Justiça Federal negou três habeas corpus pedindo a soltura de cinco representantes de empreiteiras investigados no caso.

Saiba mais
Ações judiciaisO ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Jorge Hage, afirmou ontem que a Controladoria tem a intenção de entrar com ações contra as empreiteiras e servidores responsáveis pelos desvios apurados pela Operação Lava Jato, etapa Juízo Final, iniciada na última sexta-feira

PrisõesOntem, mais dois integrantes da cúpula da empreiteira Camargo Corrêa se entregaram em São Paulo para um delegado da Polícia Federal que integra a Operação Lava Jato

Cúpula São eles o presidente do conselho administrativo da Camargo Corrêa, João Auler, e também o presidente da empreiteira, Dalton Avancini

Justiça nega habeas corpus para empreiteiros presos

Brasília/Folhapress
Após as prisões da véspera na Operação Lava Jato, a Justiça Federal negou neste sábado (15) três habeas corpus pedindo a soltura de cinco representantes de empreiteiras investigados no caso.
Trata-se das prisões preventivas de Agenor Franklin Magalhães de Medeiros (OAS), Eduardo Hermelino Leite (Camargo Corrêa) e José Ricardo Nogueira Breghirolli (OAS) e das prisões temporárias de Dalton dos Santos Avancini (Camargo Corrêa) e João Ricardo Auler (Camargo Corrêa).
No caso de Eduardo Leite, a defesa pedia por prisão domiciliar, também negada. As demais defesas pediram a soltura dos outros investigados. Eles são suspeitos de participarem de esquema para fraudar licitações na Petrobras.
As decisões negando a soltura foram dadas pela desembargadora plantonista do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), Maria de Fátima Freitas Labarrère.
Em suas decisões, ela destaca que ficou “evidenciada a necessidade da medida” porque foram “apresentados documentos falsos perante o juízo como forma de justificar transferências às empresas controladas por Alberto Youssef”.
“Segundo informações prestadas pela autoridade policial, emissários das empreiteiras tentaram cooptar, por dinheiro ou ameaça velada, uma das testemunhas do processo, o que desvela de forma concreta a necessidade da medida”, escreveu a desembargadora.

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